Pautada por dúvidas, pesquisas e inseguranças como, por exemplo, a escolha do nome de um filho.
O nascimento ou surgimento de ruas e bairros, porém, muitas vezes não é planejado. Suas nomenclaturas aparecem do boca a boca entre vizinhos e visitantes. Em outras situações, elas homenageiam figuras ilustres que os moradores jamais conheceram ou sequer ouviram falar.
O que mais me chama a atenção, no entanto, é a criatividade presente em algumas dessas escolhas. Cito como exemplo as ruas de um dos maiores bairros de Alagoinhas, o Barreiro, onde me criei e que conheço muito bem. Lá, as ruas, em sua grande maioria, fazem referência a cidades do interior da Bahia, como Camaçari e Dias D’Ávila, uma nomeada em honra aos povos indígenas e outra, ironicamente, a um de seus maiores algozes.
No Loteamento Santa Terezinha, os nomes das ruas homenageiam santos católicos ,algo muito comum, por esse motivo, a antiga rua Santa Maria precisou ser renomeada para Santa Marta, já que havia outra com o mesmo nome em outro bairro.
No Parque São Francisco, morada do querido Sávio, as ruas têm nomes de pássaros, escolha que, tenho certeza, agradou ao Santo protetor dos animais.
Mas não posso negar que uma das minhas preferidas fica no conjunto Novo Horizonte, no Mangalô, onde cada rua homenageia escritores e escritoras da literatura brasileira, uma das minhas maiores paixões.
Os nomes do lugar onde moramos fazem parte da construção de uma identidade cultural coletiva e, por isso mesmo, devem ser escolhidos com respeito e responsabilidade. Assim, evitamos entrar na cidade por uma rua que homenageia alguém que sequer colocou os pés nesta terra.




