O Passado das Feiras Livres que Marcaram Alagoinhas

A feira livre no antigo povoado de Santo Antônio das Lagoinhas, atual Alagoinhas Velha, era pouso de tropeiros e mascates. Além de importante local de trocas e vendas, era também ponto de encontro, onde boas conversas e até as más línguas circulavam com intensidade e vigor no vai e vem de produtos e notícias. Realizada geralmente uma vez por semana, a feira tinha grande importância para o desenvolvimento socioeconômico e cultural de toda a região.

Não se tratava apenas de um espaço de negócios, mas também de informação, opinião política, discussões acaloradas e até fofocas vindas de todo o sertão e recôncavo da Bahia. Por isso mesmo, com a construção da primeira Estação Ferroviária, surgiu o interesse das autoridades em deslocar a feira para as cercanias dos trilhos, no intuito de alavancar a economia daquele espaço.

Entretanto, a ideia não foi bem recebida pela população local, que temia a decadência do povoado, que possuía um comércio pujante e excelentes condições de moradia. Os protestos foram intensos e, depois de muitos conflitos e debates inflamados, a administração pública regulamentou a transferência da feira para os sábados, no largo próximo à ferrovia.

Por várias décadas, foi possível ver as inúmeras barraquinhas armadas no centro comercial de Alagoinhas. Somente no final dos anos 1980, com a construção da Central de Abastecimento, a feira livre passou a ocupar este espaço, onde permanece até hoje.

Aqui e acolá, a feira ainda é um ambiente democrático, no qual a diversidade é sua maior qualidade, e os inusitados encontros continuam a render boas conversas, até para as más línguas.

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